Crescendo com o agro: Packem lança ‘big bags’ sustentáveis para grãos e abre fábricas no Brasil e na Índia
Por Glauce Cavalcanti — Rio
11/10/2022 07h00

A catarinense Packem desenvolveu contentores flexíveis (big bags), embalagens usadas para transporte e acondicionamento de grãos, de soja a minério, sustentáveis. São feitas em resina de PET, em substituição à resina de polipropileno, sendo recicláveis. A empresa inaugura fábrica em Santa Catarina e, ano que vem, na Índia.
A catarinense Packem, de contentores flexíveis (big bags), embalagens de resina de polipropileno para transporte e acondicionamento industrial de grãos, com capacidade de 500 quilos a 2 toneladas, avança com uma versão sustentável do produto, feita em resina de PET. Atende a agronegócio, mineração e outros. A primeira fábrica entra em operação em novembro, em Aurora (SC). Em 2023, empresa terá uma unidade fabril na Índia.
—Temos o primeiro projeto no mundo que substitui a resina de polipropileno pela de PET na produção de big bags. Dará circularidade ao produto, que poderá ser retornado e transformado em novos contentores — explica Eduardo Santos Neto, CEO da Packem.
A empresa tem capacidade para produzir seis milhões de big bags em polipropileno ao ano, já contando com seis unidades no país em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A inovação é resultado de uma jornada de dois anos, iniciada por “provocação” da Yara, multinacional de fertilizantes, que buscava opção mais sustentável em contentores, diz Neto.
— É projeto de R$ 80 milhões, em parceria com a austríaca Stalinger, que detém a tecnologia para fazer o novo produto, e garantido por um contrato de compra de produção inicial da Yara — conta ele, explicando que não há exclusividade no atendimento à Yara.
A unidade de resina PET poderá fazer outras 3,2 milhões de big bags por ano. E irá dobrar esse total em 2025. A previsão é que o faturamento de 2022 da Packem cresça ao menos 30% sobre o de 2021.
Agora, a empresa criou uma joint-venture com a indiana Umasree Texplast, parceira há mais de uma década, e terá uma fábrica na Índia em meados de 2023. É investimento de US$ 15 milhões, sendo 51% da Packem.
— Será uma ponte para o mercado de América do Norte e Europa, com custo bem menor que o do Brasil — conta o executivo, dizendo que a Packem tem 10% do faturamento vindos de exportação a países da América do Sul. — Já há clientes da operação indiana que vão receber lotes da fábrica brasileira antes da outra ficar pronta.
A índia responde por metade do mercado mundial de big bags, seguida por China, Vietnã, Turquia e México. A expectativa é que na unidade indiana 90% da produção sejam exportados.
Na parceria com a Umasree, a capacidade de produção inicial é equivalente à da nova fábrica no Brasil. Lá, no entanto, a demanda será por big bags menores, permitindo elevar o número de unidades.